terça-feira, 19 de maio de 2020

"Jangada de Pedra: das derivas do passado às derivas da actualidade"


Dia 21 de Maio (quinta-feira), às 15 horas, no âmbito da Sessão da Classe de Ciências da Academia de Ciências de Lisboa, o Professor Rui Dias, docente do Departamento de Geociências, irá proferir uma conferência intitulada:
"Jangada de Pedra: das derivas do passado às derivas da actualidade"
Esta sessão académica irá decorrer em contexto virtual, através da plataforma Zoom. Os dados para aceder a esta sessão são os seguintes:

ID da reunião: 834 6037 9073
Senha: 123456

Esperamos pela presença de todos, especialmente pelos nossos estudantes."

terça-feira, 12 de maio de 2020

Resumo sobre as Deformações nas rochas

As dobras são estruturas geológicas que resultam da ação de tensões compressivas sobre estratos rochosos de comportamento dúctil (= material que acomoda a deformação permanente sem fraturar). Os dobramentos são frequentes nos limites convergentes entre placas litosféricas. A linha de charneira, o plano axial e os flancos são os elementos geométricos de uma dobra.

As falhas são estruturas geológicas que resultam de tensões distensivas sobre estratos rochosos de comportamento frágil (= materiais que não conseguem acomodar a deformação de forma permanente, acabando por faturar). O plano de falha, o rejeito, o teto e o muro são elementos geométricos de uma falha.

Tipos de Falhas:

a)      Normais – plano de falha inclinado descendo o teto relativamente ao muro – são típicas dos regimes distensivos (encontram-se nos riftes, como a Dorsal Médio-Atlântica e o vale do rifte do Este-Africano);

b)     Inversas – plano de falha inclinado subindo o teto relativamente ao muro – são típicas dos regimes compressivos (encontram-se nas montanhas - Andes, Himalaias, Alpes – originadas por colisão entre placas em limites convergentes);

c)     Desligamentos – resultam de tensões tangenciais, o plano de falha é geralmente vertical, os blocos fraturados não sobem nem descem, deslocam-se um em relação ao outro na horizontal, sendo o rejeito horizontal.

(@ Texto de Francisca Carvalho)

 


Resumo sobre a Estrutura e Dinâmica Interna da Terra


Resumo sobre a Estrutura e Dinâmica Interna da Terra

A estrutura interior do Planeta Terra divide-se em camadas:

a)         1.ª Crusta – (oceânica e continental), 2. ª Manto e 3.ª Núcleo, - atendendo à composição química dos materiais (Modelo Geoquímico);

 

b)         1.ª Litosfera (Crusta + Parte Superior do Manto = material rochoso rígido com + ou -100 Km de espessura), 2.ª Astenosfera (rochas parcialmente fundida, de comportamento plástico e deformável com + ou - 250 Km de espessura), 3.ª Zona de Transição, 4.ª Mesosfera, 5.ª Endosfera externa, 6.ª Endosfera Interna – atendendo às propriedades físicas dos materiais (Modelo Geofísico).

 

Alfred Wegener, em 1915, publicou a Teoria da Deriva dos Continentes (TDC): no passado os continentes existentes atualmente estavam unidos formando um único supercontinente – Pangeia – rodeado por um único oceano – Pantalassa. Posteriormente, a Pangeia ter-se-á fraturado em continentes menores que se foram deslocando para as suas posições atuais.

 

TDC apoiava-se em argumentos:

1. morfológicos – a semelhança entre as linhas de costa dos continentes, em particular entre a América do Sul e a África;

2. geológicos – a existência, em diversos continentes atuais, de rochas e estruturas geológicas idênticas e com a mesma idade;

3. paleontológicos - a semelhança entre os fósseis distribuídos pelos diversos continentes, em especial porque certas espécies terrestres (não marinhas) fossilizadas seriam incapazes de atravessar os oceanos entre os atuais continentes;

4. paleoclimáticos – a existência de vestígios de glaciações em continentes que atualmente tem clima tropical levou Wegener a considerar que no passado teriam estado junto ao polo sul (junto à atual Antártida).

TDC não foi aceite porque as forças (rotação da Terra e a atração da Lua e do Sol sobre a Terra) apresentadas por Wegener foram consideradas insuficientes para fazer deslocar os continentes.

 

 

Umas décadas depois:

1)    A invenção do sonar permitiu conhecer a morfologia dos fundos oceânicos, revelando a existência de fossas oceânicas e de dorsais médio-oceânicas, acompanhadas por riftes (vales); (estuda os elementos do relevo do fundo oceânico -plataforma continental, talude continental, planície abissal);

2)    datação das rochas dos fundos oceânicos permitiu concluir que estas são tanto mais recentes quanto mais próximas se encontram dos riftes;

3)  paleomagnetismo das rochas dos fundos oceânicos permite constatar que existe um paralelismo simétrico, para ambos os lados dos riftes, o que comprova que os fundos oceânicos se estão a expandir.

Estas últimas evidências permitiram elaborar a Teoria da Tectónica de Placas (TTP) segundo a qual a litosfera está dividida em placas que se movem umas em relação às outras. Os continentes, como fazem parte das placas, acompanham os movimentos destas. Para Wegener eram os continentes que se moviam e não as placas litosféricas que incluem os continentes. Pois Wegener com os dados de que dispunha, no seu tempo, não tinha com saber que há uma camada rígida com cerca de 100 Km de espessura (Litosfera) que está dividida em placas.

A mobilidade das placas litosféricas é explicada através da existência de correntes de convecção de magma existentes na astenosfera. Estas correntes ascendem na zona dos riftes, a partir de onde as placas se afastam, e descem na zona das fossas, onde as placas são impelidas a mergulhar no interior do manto.

1.º O início da formação de um rifte divide a litosfera em duas placas. Por esta zona de fraqueza, os magmas do manto ascendem e originam vulcanismo. 2.º As duas placas afastam-se uma da outra a partir do rifte, e na depressão forma-se um novo oceano. O vulcanismo na zona do rifte dá origem a novas rochas no fundo oceânico.3.º As duas placas continuam a afastar-se e o oceano alarga-se. Na zona do rifte, o vulcanismo dá origem a uma dorsal.

Poder-se-ia pensar que a formação de nova litosfera a nível dos riftes iria aumentar a superfície do planeta, mas tal não se verifica, porque há zonas de subducção (onde as correntes de convecção descem e arrastam consigo litosfera para o interior da Terra, originando a sua destruição).

 

Os limites entre as placas podem ser:

divergentes – ocorrem nos riftes (ex.1 na dorsal medio-atlântica onde se afastam a Euro-Asiática da Norte-Americanaex.2 no continente Africano está a formar-se um rifte que irá dividir o continente em dois), onde duas placas litosféricas se afastam uma da outra, ocorrendo vulcanismo e construção de litosfera;

convergentes – são de 3 tipos:

a. Colisão entre litosfera continental e litosfera continental (ex. colisão da Placa Indo-Australiana com a Euro-Asiática que originou os Himalaias). Forma-se uma cadeia de montanhas devido ao enrugamento das rochas e ocorrem sismos;

b. Colisão entre litosfera oceânica e litosfera continental (ex. a colisão da Placa de Nazca com a Sul-Americana que originou a fossa do Peru e as Montanhas dos Andes). A placa oceânica mais densa é subductada, ocorrendo destruição da litosfera. Forma-se uma fossa oceânica. No continente, forma-se uma cadeia de montanhas, ocorrendo, portanto, deformação das rochas. Formam-se vulcões no continente. Ocorrem sismos.

c. Colisão entre litosfera oceânica e litosfera oceânica (ex. a colisão da Placa oceânica das Filipinas com a Oceânica do Pacífico originou um arco de Ilhas vulcânicas, as Marianas, e a > fossa existente, a das Marianas). A placa mais densa é subductada, ocorrendo a destruição de litosfera. Forma-se uma fossa oceânica. Na placa que não mergulha forma-se um arco de ilhas vulcânicas.

-transformantes (conservativos) – as placas deslizam lateralmente uma em relação à outra, em sentidos opostos, ao longo de uma falha, portanto, não divergem nem convergem. Não há criação nem destruição de litosfera e por isso se denominam conservativos. São limites frequentes no fundo dos oceânos, embora também possam ocorrer em zonas continetais (ex. a falha de Santo André na Califórnia que separa a Placa Pacífica da Norte-Americana). Ocorrem sismos.

(@ Texto de Francisca Carvalho)


Resumo sobre o tema Vulcanismo


A-Vulcanismo1-Primário ou principal (assume forma fissural ou de aparelho vulcânico); 2- Secundário ou atenuado ou residual.

 

1= Ocorrência de erupções vulcânicas, consiste na libertação do interior da Terra de materiais sólidos (piroclastos), líquidos (lava), gasosos (dióxido de carbono e dióxido de enxofre);

 

Piroclastos: blocos ( > 64mm e de formas angulosas); bombas (> 64mm e com formas diversas), lapilli (> 2mm e <64mm), cinzas (< 2mm) e pedras pome (dimensões variáveis).

 

Aparelho vulcânico ou vulcão = cratera, cone, chaminé principal, chaminé (s) secundária(s) e câmara magmática).

 

Quando um cone vulcânico abate, devido ao peso do cone sobre uma câmara magmática já vazia, origina uma depressão (=caldeiras) que ao encher- se com água da chuva origina uma lagoa.

 

2= a) emissões de vapor de água e outros gases a temperaturas elevadas; b) nascentes termais que têm minerais com valor medicinal); c) géiseres que são jatos de água quente e vapor de água a grande altura de forma intermitente).

 

B- Magma é diferente de lava (esta já não tem os gases todos e pode assumir forma encordoada, escoriácea e em almofada).

 

Tipos de erupções vulcânicas: 1) efusiva (pouca viscosidade, liberta facilmente os gases, lavas fluidas, erupções tranquilas; formam-se escoadas, a lava sai sob a forma de repuxo, solidifica lentamente, cones baixos de vertentes suaves, os piroclastos são raros);

 

2) explosiva (elevada viscosidade, dificuldade em libertar gases, grandes explosões, lavas pouco fluidas que solidificam rapidamente junto ao cone; explosões violentas, cones altos de vertentes inclinadas. Muitos piroclastos. Quando a lava é extremamente viscosa solidifica na chaminé, formando domos ou agulhas, e, por vezes, formam-se nuvens ardentes (massas de gases e cinzas a elevadas temperaturas que se deslocam junto ao solo e destroem tudo à sua passagem);

 

3) mista caracteriza-se por períodos de atividade efusiva alternados com períodos de atividade explosiva. Emissões de piroclastos na fase explosiva e escoadas de lava curtas na fase efusiva.

 

Os vulcões existem, essencialmente, nos limites das placas litosféricas, embora também exista vulcanismo intraplacas, relacionado com pontos quentes (hot spots). Contudo, a> distribuição dos vulcões ocorre: a)  nas dorsais médio-oceânicasb)  Cintura mediterrânico – Asiática  (no limite das placas litosféricas Euro-Asiática e Africana); c)  no Anel de Fogo do Pacífico  (zona que circunda o oceano Pacífico e onde se situam + de metade dos vulcões ativos emersos).

Riscos da atividade vulcânica: destruição; morte; a emissão de cinzas afeta a composição da atmosfera e o clima, o que acarreta muitos prejuízos para as populações.

 

Sinais precursores  (monitorizados através de equipamentos tecnológicos): tremores de fraca intensidade; libertação de gases; variações de temperatura do solo e da água nas proximidades do vulcão.

 

Benefícios da atividade vulcânica: 1- solos férteis (melhor agricultura e pecuária); 2- atracão turística (desenvolvimento da economia local); 3- laboratórios naturais (estudo dos fenómenos vulcânicos e desenvolvimento da ciência); 4- tratamentos medicinais (as termas nas nascentes termais); 5-produção de energia elétrica (através da energia geotérmica - calor do subsolo); 6- aquecimento de edifícios e de águas; 7- exploração mineira (desenvolvimento económico).

(@ Texto de Francisca Carvalho)

 


segunda-feira, 11 de maio de 2020

Tipos de Erupções Vulcânicas

Nas aulas de Ciências Naturais abordámos o Vulcanismo como consequência do dinamismo interno da Terra.

Além de estudarmos como é a estrutura de um aparelho vulcânico, percebemos que nem todas as erupções vulcânicas são iguais, dependem muito de uma característica do magma (e consequentemente da lava) – a sua viscosidade. A viscosidade tem a ver com a resistência que um líquido tem a fluir. Assim, o magma pode ser pouco viscoso ou muito fluido ou então pode ser muito viscoso.

Se o magma for fluido ou pouco viscoso, escorre com facilidade, dando origem a erupções vulcânicas mais calmas – Erupções Efusivas.

Já se o magma for muito viscoso, contém muitos gases e escorre com muita dificuldade podendo solidificar na chaminé vulcânica ou na própria cratera, dando origem a erupções vulcânicas muito violentas – Erupções Explosivas.

Na aula prática simulámos os dois tipos de erupções:

- Erupção Efusiva: podes simular em casa! Como? Faz o procedimento seguinte:
1 – Coloca um recipiente pequeno (copo, copo de iogurte, …) dentro de um recipiente maior (alguidar, por exemplo).
2 – Coloca dentro do copo:
                 a) 3 ou 4 colheres de bicarbonato de sódio (se não tiveres em casa, podes usar o fermento);
                  b) um pouco de detergente.
3 – Mexe a mistura anterior.
4 – Facultativo: se quiseres e tiveres por casa, podes colocar umas gotas de corante vermelho.
5 – Deita, pouco a pouco, vinagre e observa a tua erupção efusiva!

- Erupção Explosiva: este tipo de erupção não pode ser simulado em casa, não só pelo tipo de reagentes utilizados mas também pelos materiais que são libertados aquando da combustão. Simulámos esta erupção num terreno da escola. Este foi o vídeo que fizemos (repara na libertação da nuvem ardente e na formação do cone vulcânico devido à acumulação dos materiais libertados) …


Para saberes mais










Morfologia dos fundos oceânicos



No âmbito do capítulo “Dinâmica Interna da Terra”, os alunos estudaram como é a morfologia dos fundos oceânicos e compreenderam que a resposta a muitas questões relacionadas com fenómenos geológicos, estava no fundo do mar!

Novos dados – Morfologia do fundo dos oceanos – Espaço Ciências


Assim, foi pedido aos alunos que em grupo e nas aulas práticas de Ciências Naturais, desenvolvessem uma maquete alusiva ao relevo do fundo oceânico. 

Demos asas à criatividade e liberdade para utilização dos materiais mais adequados, preferencialmente materiais que poderiam reutilizar.

Estes foram alguns dos resultados!






Para saberes mais



Fossilização por moldagem

Nas aulas de Ciências Naturais os alunos aprenderam que o processo de fossilização (formação de fósseis) ocorre na Natureza, mas é um fenómeno muito lento, complexo e raro. 

Para facilitar a ocorrência de fossilização devem estar reunidas algumas condições facilitadoras, e uma dela é a temperatura. 

Neste sentido, numa das aulas experimentais, tentámos confirmar se a temperatura baixa promove a conservação, facilitando, deste modo, a fossilização. Para isso colocámos 2 pedaços de fruta trazida pelos alunos (gomos de tangerina, uvas,…), um em cada gobelé, cobrimos as frutas com água e deixámos a repousar durante uma semana. A diferença é que um dos copos foi colocado à janela e o outro foi colocado no frigorífico.


Uma semana depois observámos os resultados…







A fruta do copo que ficou no frigorífico estava conservada… 














Já a fruta que se encontrava no copo junto à janela 
e exposta ao sol, apresentava bolor… 











Confirmámos, então, que o frio ajuda na conservação da matéria orgânica e, por isso, facilita a fossilização.

Depois aprendemos que existem diferentes tipos de fossilização: a incarbonização, as marcas, a conservação/mumificação, a mineralização e a moldagem. Na aula laboratorial simulámos o processo de fossilização por moldagem.

Com plasticinas de cores diferentes e conchas, produzimos moldes, o molde interno - a verde - e externo da concha - a vermelho.


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