Resumo sobre a Estrutura e Dinâmica Interna da Terra
A estrutura interior do Planeta Terra divide-se em camadas:
a) 1.ª Crusta –
(oceânica e continental), 2. ª Manto e 3.ª Núcleo, - atendendo à composição
química dos materiais (Modelo Geoquímico);
b) 1.ª Litosfera (Crusta + Parte Superior
do Manto = material rochoso rígido com + ou -100 Km de espessura), 2.ª
Astenosfera (rochas parcialmente fundida, de comportamento plástico e
deformável com + ou - 250 Km de espessura), 3.ª Zona de Transição, 4.ª
Mesosfera, 5.ª Endosfera externa, 6.ª Endosfera Interna – atendendo às
propriedades físicas dos materiais (Modelo Geofísico).
Alfred Wegener, em 1915, publicou a Teoria da Deriva dos Continentes (TDC):
no passado os continentes existentes atualmente estavam unidos formando um
único supercontinente – Pangeia – rodeado por um único oceano – Pantalassa.
Posteriormente, a Pangeia ter-se-á fraturado em continentes menores que se
foram deslocando para as suas posições atuais.
TDC apoiava-se em argumentos:
1. morfológicos – a semelhança entre as linhas de costa dos continentes, em
particular entre a América do Sul e a África;
2. geológicos – a existência, em diversos continentes
atuais, de rochas e estruturas geológicas idênticas e com a mesma idade;
3. paleontológicos - a semelhança entre os fósseis
distribuídos pelos diversos continentes, em especial porque certas espécies
terrestres (não marinhas) fossilizadas seriam incapazes de atravessar os
oceanos entre os atuais continentes;
4. paleoclimáticos – a existência de vestígios de glaciações em
continentes que atualmente tem clima tropical levou Wegener a considerar que no
passado teriam estado junto ao polo sul (junto à atual Antártida).
A TDC não foi aceite porque as forças (rotação da Terra e
a atração da Lua e do Sol sobre a Terra) apresentadas por Wegener foram
consideradas insuficientes para fazer deslocar os continentes.
Umas décadas depois:
1) A invenção do sonar permitiu
conhecer a morfologia dos fundos oceânicos, revelando a existência de fossas
oceânicas e de dorsais médio-oceânicas, acompanhadas por riftes (vales); (estuda os
elementos do relevo do fundo oceânico -plataforma continental, talude
continental, planície abissal);
2) A datação das rochas dos fundos oceânicos
permitiu concluir que estas são tanto mais recentes quanto mais próximas se
encontram dos riftes;
3) O paleomagnetismo das rochas dos fundos oceânicos permite
constatar que existe um paralelismo simétrico, para ambos os lados dos riftes,
o que comprova que os fundos oceânicos se estão a expandir.
Estas últimas evidências permitiram elaborar a Teoria da Tectónica de
Placas (TTP) segundo a qual a litosfera está dividida em placas que se
movem umas em relação às outras. Os continentes, como fazem parte das placas,
acompanham os movimentos destas. Para Wegener eram os continentes que se moviam
e não as placas litosféricas que incluem os continentes. Pois Wegener com os
dados de que dispunha, no seu tempo, não tinha com saber que há uma camada
rígida com cerca de 100 Km de espessura (Litosfera) que está dividida em
placas.
A mobilidade das placas litosféricas é explicada através da existência
de correntes de convecção de magma existentes na astenosfera.
Estas correntes ascendem na zona dos riftes, a partir de onde as placas se
afastam, e descem na zona das fossas, onde as placas são impelidas a mergulhar
no interior do manto.
1.º O início da formação de um rifte divide a litosfera em duas placas.
Por esta zona de fraqueza, os magmas do manto ascendem e originam
vulcanismo. 2.º As duas placas afastam-se uma da outra a
partir do rifte, e na depressão forma-se um novo oceano. O vulcanismo na zona
do rifte dá origem a novas rochas no fundo oceânico.3.º As duas
placas continuam a afastar-se e o oceano alarga-se. Na zona do rifte, o
vulcanismo dá origem a uma dorsal.
Poder-se-ia pensar que a formação de nova litosfera a nível dos riftes iria
aumentar a superfície do planeta, mas tal não se verifica, porque há zonas de
subducção (onde as correntes de convecção descem e arrastam consigo litosfera
para o interior da Terra, originando a sua destruição).
Os limites entre as placas podem ser:
- divergentes – ocorrem nos riftes (ex.1 na
dorsal medio-atlântica onde se afastam a Euro-Asiática da Norte-Americana; ex.2 no
continente Africano está a formar-se um rifte que irá dividir o continente em
dois), onde duas placas litosféricas se afastam uma da outra, ocorrendo
vulcanismo e construção de litosfera;
- convergentes – são de 3 tipos:
a. Colisão entre litosfera continental e litosfera continental (ex. colisão
da Placa Indo-Australiana com a Euro-Asiática que originou os Himalaias).
Forma-se uma cadeia de montanhas devido ao enrugamento das rochas e ocorrem
sismos;
b. Colisão entre litosfera oceânica e litosfera continental (ex.
a colisão da Placa de Nazca com a Sul-Americana que originou a fossa do Peru e
as Montanhas dos Andes). A placa oceânica mais densa é subductada,
ocorrendo destruição da litosfera. Forma-se uma fossa oceânica. No continente,
forma-se uma cadeia de montanhas, ocorrendo, portanto, deformação das rochas.
Formam-se vulcões no continente. Ocorrem sismos.
c. Colisão entre litosfera oceânica e litosfera oceânica (ex. a
colisão da Placa oceânica das Filipinas com a Oceânica do Pacífico originou um
arco de Ilhas vulcânicas, as Marianas, e a > fossa
existente, a das Marianas). A placa mais densa é subductada, ocorrendo a
destruição de litosfera. Forma-se uma fossa oceânica. Na placa que não mergulha
forma-se um arco de ilhas vulcânicas.
-transformantes (conservativos) – as placas deslizam
lateralmente uma em relação à outra, em sentidos opostos, ao longo de uma
falha, portanto, não divergem nem convergem. Não há criação nem destruição de
litosfera e por isso se denominam conservativos. São limites frequentes no
fundo dos oceânos, embora também possam ocorrer em zonas continetais (ex. a
falha de Santo André na Califórnia que separa a Placa Pacífica da
Norte-Americana). Ocorrem sismos.
(@ Texto de Francisca Carvalho)
Esta matéria tive que ler muito mas mesmo assim é difícil entender tudo. Gostei mas isto é perigoso, não é?
ResponderEliminarManuel Guerra
Este dinamismo interno da Terra traduz-se em fenómenos, muitos deles lentos, como a deriva dos continentes e a formação das montanhas mas também é a explicação para fenómenos geológicos bem conhecidos como sismos tectónicos e vulcanismo.
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